Há um instante sagrado onde o silêncio se derrama sobre a alma,
um espaço onde a solidão não é ausência, mas presença profunda.
Neste limiar, entre o vazio e o infinito, algo desperta.
A alma, livre da pressa do mundo, aprende a escutar.
A solidão estende a mão como uma antiga amiga,
sussurrando segredos que só se revelam no silêncio.
Ela não vem para roubar, mas para devolver—
devolver fragmentos esquecidos, ecos de quem sempre fomos.
Passo a passo, a dança começa.
A alma se curva, a solidão conduz.
O tempo se dissolve, o medo se aquieta,
e no ritmo suave do não-dito, nasce um novo ser.
Aqui, entre o sussurro do vento e a batida do coração,
descobrimos que a solidão não nos separa—nos une.
Ela nos devolve ao centro, ao pulso da própria existência,
onde dançamos, sem pressa, sem máscaras, sem fuga.
Porque a solidão, quando abraçada,
se transforma em poesia.
E a alma, quando escutada,
se transforma em luz.



